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  • Sonic (Master System) – a união entre o clássico e o criativo

    Sonic (Master System) – a união entre o clássico e o criativo

    Sonic the Hedgehog foi uma das maiores febres de todos os tempos nos consoles, e seus frutos são colhidos até hoje. Em 1991, muitos se divertiam com o ouriço azul em sua primeira aventura no todo poderoso Mega Drive. Ele conseguiu representar com maestria tudo o que a quarta geração de consoles prometia. O futuro estava cheio de aventuras radicais em alta velocidade.

    No mesmo ano, contudo, Sonic the Hedgehog chegou ao Master System, e não conseguiu entregar tudo aquilo que seu antecessor estava construindo. Mas, será que isso foi uma má ideia?

    Vamos descobrir!

    Vai devagar!

    Não é novidade alguma que o hardware das gerações de consoles tendem a evoluir. Comparando um console de 8 bits com um de 16 bits, obviamente sabemos qual possui mais recursos.

    O Mega Drive estava na sua juventude, e conseguia renderizar maior número de cores, lidar com canais de áudio em maior número e mais refinados, e inclusive imprimir maior velocidade para um personagem na tela, comparado ao seu progenitor, o Master System. Entender nossas limitações, entretanto, é uma característica enobrecedora, pois faz com que tenhamos a oportunidade de focar em nossos melhores atributos.

    O Master System pode não ter recursos tão bons para receber a Green Hill Zone direto do Mega Drive. Então, já que na velocidade não vai rolar, que tal mudar o foco do jogo? A Sega apostou em uma estratégia diferente para o Sonic, não criando um porte, e sim, um jeito inédito de explorar aquele mundo.

    Sonic the Hedgehog no Master System então foi criado com o objetivo de ser um jogo de plataforma exploratório para o recém-chegado ouriço os videogames, sendo extremamente competente e entregando uma aventura tão digna de ser imortalizada quanto a original.

    Agora posso apreciar a paisagem!

    Quando desaceleramos, conseguimos prestar mais atenção no que está à nossa volta. Sendo mais lento que seu irmão do Mega, nosso amigo azul tem a missão de passar pelas diferentes localizações de sua ilha explorando cada um dos cantos para recuperar as esmeraldas do caos e salvar seus amigos da “robotificação” promovida pelo Dr. Ivo Robotnik.

    Green Hill Zone é o ato de entrada, e está totalmente repaginada. Os loops dão origem a campos vastos para que o jogador possa experimentar a velocidade (não tão grande assim, mas nem tão baixa também) de Sonic. 

    Mas o ato 2 de Green Hill mostra toda a genialidade do jogo! A fase possui cavernas a serem exploradas. A água rasa ensina o jogador a ir com calma. A velocidade naquele local não significa nada. E com tantas entradas e saídas para diversos locais, que levam a um proto-labirinto vertical, o jogador é incentivado a explorar.

    Ao aceitar o convite para a exploração, inevitavelmente um monitor contendo uma vida e a primeira esmeralda são alcançados, revelando algo ainda mais genial: a ausência de fases bônus que escondem as joias larapiadas pelo Robotnik. Dessa forma, explorar e conhecer novos caminhos se torna não uma opção extra para o jogador, mas sim, o principal objetivo. Quanto mais o jogador explora, mais prêmios ele conquista!

    As fases

    Além da mudança das mecânicas principais, um jogador que já se deliciou com a aventura anterior de Sonic possui um fator extra para encarar essa nova jornada: as fases são diferentes! Bom, pelo menos algumas delas…

    A primeira não poderia ser diferente: a boa e velha Green Hill Zone! O primeiro ato até pode levar a entender que essa será uma aventura veloz, por ser basicamente uma planície. Mas não se engane! Aquele gostinho de velocidade acaba rápido.

    Em seguida temos a inédita Bridge Zone, com mecânicas interessantes de plataformas que caem ao pisarmos nela, e, no segundo ato, um auto-scroll. Cuidado para não ser empurrado enquanto fica brincando de gangorra!

    A terceira fase revela um dos cenários mais bonitos de toda a biblioteca do Master System: a Jungle Zone. O segundo ato é todo verticalizado, possuindo uma mecânica punitiva para aqueles que perderem o equilíbrio. Quando a câmera sobe, nada de voltar, ou Sonic perderá uma vida.

    A “tão amada” fase do labirinto do Mega Drive ataca novamente. Goste você ou não de água, é uma das fases mais inesquecíveis da história dos videogames.

    Scrap Brain, ou Zona do Perigo, como vinha traduzida nos manuais do jogo, revela todo o caos e destruição que Robotnik vem trazendo para aquela ilha paradisíaca. A aventura está chegando ao fim! Mas antes….

    Sky Base Zone! Robotnik dessa vez foge, mas não sem que Sonic vá atrás de seu arqui-inimigo e destrua sua fortaleza voadora, expulsando-o de uma vez por todas de sua ilha. Essa é mais uma fase inédita que apresenta mecânicas de raios e plataformas voadoras. Sua dificuldade pode ser alta para um marinheiro de primeira viagem, mas com paciência você chega lá.

    Cada uma das fases possui três atos, sendo que o último é sempre uma batalha contra o Robotnik. Uma esmeralda estará escondida em cada fase também, então não adianta procurar duas joias em Green Hill. (quem está acostumado a pegar 7 esmeraldas em Emerald Hill no Sonic 2, por exemplo, vai ter que ser bem paciente)

    Vale a pena jogar?

    Tendo jogado Sonic the Hedgehog de Mega Drive, que hoje pode ser conferido em diversas coletâneas e portes, como Sonic Jam, Sonic Origins, Sonic’s Ultimate Genesis Collection e muitos outros, a versão de Master System vale a pena ser conferida, pois oferece uma aventura totalmente diferente, mas com o mesmo gostinho de nostalgia para quem é fã de carteirinha do ouriço.

    Este jogo recebeu um port de Game Gear posteriormente. Aqui vale ressaltar que talvez não valha a pena conferir as duas versões: a de Master e a de Game Gear. Não apontarei todas as diferenças aqui, mas a principal é o enquadramento da tela, para que o jogo fique mais confortável nas telas portáteis. Escolha aquela que te agradar mais visualmente, pois a experiência será praticamente a mesma.

    Sonic the Hedgehog, seja no Mega Drive ou no Master System foi o primeiro contato com videogames de inúmeros jovens no Brasil, e sempre será lembrado como um fenômeno dos anos 90.

    Além disso, Sonic nos ensina a entender que enxergar nossos defeitos é essencial para desenvolvermos nossas qualidades. Afinal, se a versão de Master System fosse apenas um port do jogo de Mega Drive, talvez esse título não estaria sendo contemplado neste e em centenas de outros textos espalhados pela internet. 

    Faça o melhor com os recursos que você possui, e o resultado será inesquecível!

    Conta aí os comentários como você conheceu o jogo!