Phantasy Star IV: The End of the Millennium é um dos JRPGs mais importantes da biblioteca do Mega Drive – e talvez até da história dos videogames. Lançado em 1993 no Japão e em 1995 no Brasil, o jogo representa não apenas o desfecho de uma história iniciada no Master System, mas também a despedida definitiva da SEGA de sua linha de RPGs single-player de ficção científica com ambições épicas.

Décadas após seu lançamento, muitos jogadores nostálgicos ainda se emocionam ao guiar o jovem herói Chaz Ashleigh por conflitos existenciais, superação e amadurecimento.
Mas, com tantos RPGs clássicos para explorar e tão pouco tempo livre nas rotinas atuais, será que Phantasy Star IV ainda merece um lugar de destaque na sua jornada gamer? Vamos descobrir os principais pontos fortes e fracos do jogo para decidir se você está pronto para se tornar um herói intergaláctico.
Desenvolvimento
Phantasy Star IV foi desenvolvido pela equipe interna SEGA AM7, sob a liderança de Rieko Kodama, uma das primeiras mulheres a ocupar cargos criativos de destaque na indústria japonesa de videogames. O projeto foi originalmente concebido como Phantasy Star IV: The Return of Alis, mas enfrentou diversos contratempos, principalmente após a recepção morna de Phantasy Star III.
Na época, o PlayStation e o SEGA Saturn estavam prestes a chegar ao mercado, sinalizando que o Mega Drive já se aproximava de sua aposentadoria. Os gráficos em 3D apontavam para o futuro! (No Brasil, porém, essa transição foi mais lenta devido ao atraso tecnológico e à globalização limitada. Isso acabou sendo benéfico para nós, pois conseguimos aproveitar a quarta geração de consoles até o fim dos anos 1990).

As demandas do mercado moldaram o jogo para que ele mesclasse temas maduros e mecânicas modernas, ao mesmo tempo em que prestava homenagem a personagens e arcos dos dois primeiros títulos da série. O resultado é o clássico que conhecemos hoje.
A crítica recebeu o jogo de forma positiva, e estima-se que foram vendidas entre 250 mil e 300 mil cópias do cartucho de 24 megabits. Atualmente, quem possui uma cópia completa e bem conservada certamente tem um item de colecionador valioso em mãos.
Síntese narrativa
A história de Phantasy Star IV pode ser um pouco confusa para quem não jogou os títulos anteriores. Por isso, fica a dica: jogue pelo menos Phantasy Star I e II antes de se aventurar no IV.
Um milênio após os eventos de Phantasy Star II, acompanhamos Chaz Ashleigh, um jovem caçador de recompensas, e sua mentora Alys Brangwin (sim, o nome soa familiar, não é?). Eles vivem em Motavia, um planeta à beira do colapso ecológico e social.

Logo, descobrem que invasões de monstros estão se tornando cada vez mais frequentes, e como todo bom RPG, a jornada rapidamente se transforma em uma investigação épica sobre as forças do mal por trás dos eventos. No caminho, tragédias, elementos espirituais e paranormais, e tecnologias ancestrais movem a narrativa.
O grupo de personagens é diverso, com membros que entram e saem ao longo da jornada, lembrando títulos como Final Fantasy IV.
Mas para saber mais… só jogando! Afinal, não queremos estragar a experiência com spoilers.
Análise crítica: prós e contras
Nada é perfeito, e Phantasy Star IV também tem seus pontos altos e baixos. A seguir, listamos os principais:
Pontos positivos

- Visual inovador: a história é contada por meio de painéis que simulam mangás e quadrinhos, algo impressionante para a época e ainda encantador hoje.
- Sistema de macros: é possível programar comandos automáticos para as batalhas, agilizando o grinding e tornando a progressão mais fluida.
- Trilha sonora marcante: uma das trilhas mais icônicas do Mega Drive! Algumas faixas grudam na cabeça e capturam perfeitamente o clima da aventura.
- Personagens com desenvolvimento consistente: embora nem todos os personagens recebam o mesmo nível de atenção, Chaz e Rika têm arcos muito bem construídos, com motivações coerentes e bem integradas à lore do jogo.
Pontos negativos

- Comandos pouco intuitivos: os nomes das magias e habilidades são confusos, como GIRES, NASAR, FOI, NATHU, GELAN, REVER, entre outros. A interface não explica o que cada comando faz, e alguns nem sequer exibem mensagens de retorno. Isso exige o uso de um manual ou caderninho.
- Gráficos datados para o final da geração: comparado a outros jogos do fim da vida do Mega Drive, principalmente levando em conta a opinião de revistas especializadas da época, podemos apontar que o visual de Phantasy Star IV não é tão impressionante quanto poderia ter sido (exceto durante as batalhas e cenas em estilo mangá. Neste caso, alguns gráficos impressionantes podem ser conferidos, sim).
- História com muitos pré-requisitos: a compreensão completa da trama depende do conhecimento dos jogos anteriores, o que pode afastar jogadores mais casuais.
- Sem tradução para o português: ao contrário de Phantasy Star I, que foi localizado, o quarto jogo não recebeu versão oficial em português, o que foi um problema na época e ainda é uma barreira para quem não domina o inglês.
Claro, muitos desses pontos negativos são subjetivos. Se eles não incomodarem você, a experiência será ainda mais recompensadora.
Vale a pena jogar Phantasy Star IV hoje?
Quer saber como termina a história do sistema estelar Algol? Você vai ter que jogar para descobrir!
No nosso canal do YouTube, você pode conferir um gameplay completo deste clássico. O jogo é excelente e merece todo o reconhecimento que conquistou ao longo das décadas. No entanto, nossa experiência atual foi impactada pela falta de familiaridade com os eventos dos títulos anteriores.

Nossa recomendação: jogue toda a série na ordem correta e com atenção à narrativa. Caso contrário, você pode acabar como um astronauta à deriva: completamente perdido no espaço.
Faça sua lição de casa e aproveite todos os detalhes que esse RPG dos anos 90 tem a oferecer.
Quer saber o que as revistas da época diziam sobre Phantasy Star IV?
Confira abaixo algumas edições históricas que analisaram o jogo:
| Revista | Edição | Ano | Conteúdo |
| Super GamePower | Nº 13 | 1995 | Análise completa com avaliação técnica e recomendação final. |
| Super Game | Nº 28 | 1994 | Prévia com destaque para personagens e ambientação. |
| Super Game | Nº 31 | 1995 | Review aprofundado do sistema de batalha e desenvolvimento narrativo. |
| Old!Gamer | Nº 2 | 2009 | Dossiê especial de 22 páginas sobre a série, com foco detalhado no episódio IV. |























